A superexposição nas redes sociais e a sua vida real


Não é de hoje que as pessoas te amam ou te odeiam pelo que você aparenta.

Quase não há como influenciar os  outros na primeira impressão se, no primeiro contato, você estava mudo. No entanto, nas redes sociais, há.

Você determina como te verão e influencia, em grande parte, o que sentirão a partir do que fala ou posta. Em uma pesquisa recente realizada pela Ohio State University, foi revelado que as pessoas decidem se gostam ou não das pessoas pelos seus perfis nas redes sociais.

Desde o  "Boom!" das redes sociais já tivemos vários exemplos de superexposição e sempre temos, diariamente. Pensando nisso, trago hoje pareceres de dois profissionais de ramos diferentes, que dão dicas sobre como não sair prejudicado na vida real e ainda continuar usufruindo do vício do século: as redes sociais.

Segundo o psicólogo Jamil El Khouri, dois conflitos influenciam as pessoas a extrapolarem na exposição nas redes sociais: Crises existenciais e crises afetivas. Segundo ele, reafirmar seus próprios valores, gostos e características contribui para que você se resguarde e sofra menos com as ansiedades e compulsões que uma vida online muito ativa proporciona. O psicólogo ainda afirma que a fuga da realidade e a necessidade constante de aprovação de desconhecidos é fruto de uma busca contínua do preenchimento de um vazio interior, vazio esse que só poderá ser preenchido por nós mesmos, nossas crenças e valores.

A dica do psicólogo é: Sempre se lembre que você será julgado por tudo que posta e caso persista a necessidade de aceitação e fuga da própria realidade, procure ajuda profissional.

A segunda pessoa que dá as dicas de hoje é a publicitária Renata Checha, mestranda em Comunicação.
Quais as vantagens e desvantagens que você vê na superexposição nas redes sociais?
Não vejo a exposição em redes sociais de uma forma dual, sendo certa ou errada. Penso neste fenômeno como uma nova realidade, que é independente da nossa vontade. O que existe é o exagero: pessoas que optam por se exporem desmedidamente e pessoas que fazem o que podem pra aparecerem minimamente. Veja que eu disse minimamente porque, mesmo que uma pessoa opte por não estar nas redes sociais, isso não significa que outras pessoas não a mencionarão ou deixarão de publicar fotos ou vídeos.
Na era do "você é o que você aparenta", vale a pena abrir mão do que se gosta ou acredita pra não ser julgado, tachado ou se tornar alvo dos haters?
Vale ser autêntico e tomar cuidado para dar a sua opinião sem ofender ou ser preconceituoso. A internet facilita dois lados e dois comportamentos: o que quer viver uma vida que não é sua e o que quer descontar toda a sua raiva do mundo sem mostrar a cara. Nos dois casos eu vejo que há desvio de padrão comportamental. Desde antes da internet o confronto de ideias é o que move o mundo. Conflito não significa necessariamente briga. Se você discutir com alguém e essa pessoa partir pra ignorância, deixe ela falando sozinha e pronto.
Qual a influência da superexposição na contratação de um profissional?
Alguns gestores não vêem com bons olhos pessoas que atualizam suas redes sociais com frequência grande ou que falam muito de sua vida pessoal. Acho que há muito exagero da parte dos gestores, mas também um pouco de falta de bom senso do profissional. Para o gestor, o que deve prevalecer é a competência do profissional. Num mundo em que as pessoas aprenderam a ser multitarefa, tudo bem passar o dia com o twitter aberto desde que o desempenho seja o esperado, se a pessoa consegue conciliar. Mas além do desempenho, essa necessidade constante de novidade e atualização nos deixa mais impacientes, ansiosos e imediatistas, o que não é bom para a saúde. Particularmente, tenho preferido separar meu tempo, dedicando atenção exclusiva a uma atividade por vez.
E pra finalizar as dicas de hoje: “Não diga nada online que você não fosse colocar em um enorme outdoor com a foto do seu rosto ilustrando.” Erin Bury

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