Passou de brincadeira para demissão

Passou de brincadeira para demissão

Em setembro do ano passado, após o envolvimento em uma polêmica no Facebook, o então secretário da Prefeitura de Cachoeira do Sul, Loir Ítalo de Oliveira Filho, pediu demissão. Na época, véspera de Semana Farroupilha, ele disse em seu perfil que considerava os festejos uma “babaquice”. “Esta chuva poderia se repetir no dia 20 o dia todo. Daí não teria aquele desfile lacaio. Eita que esta Semana Farroupilha é uma babaquice sem tamanho, Deus do céu”, postou. Mais tarde, Oliveira Filho excluiu a publicação e se retratou. “Não reflete em nada no meu trabalho. Quem gosta de cultivar as tradições que o faça. Acho que o tradicionalismo de vocês é bem maior do que eu penso, certo?”.
Seis meses depois do caso, ele voltou a falar do assunto com a Gazeta do Sul e disse que não é contra o tradicionalismo. Para Oliveira Filho, a diferença que a repercussão pode ter está ligada a quem posta o fato no Facebook. “Quando não é alguém público, não dão importância demasiada à publicação”, acredita. Quanto ao desfecho que sua postagem tomou no ano passado, o ex-secretário não se considera prejudicado. “Sou advogado e não político. Ocupava o cargo e dava 100% da minha capacidade. Claro que houve alguns transtornos. Posso afirmar que a maioria da população acha a mesma coisa que postei”, reforçou.

Relação de amor e ódio

Ferramenta usada para a aproximação de pessoas, a rede social na internet também pode resultar no término de relacionamentos. Aliada até mesmo em investigações, ela contém informações que podem mostrar o caminho a ser seguido por quem tenta revelar mentiras. Conforme o detetive Silveira (que prefere manter seu nome completo em sigilo), o Facebook facilita o processo investigativo porque dá pistas do que o possível traidor costuma fazer e com quem se relaciona. “Como eu preciso de provas em vídeo e fotos, é necessário sair a campo. Mas as informações iniciais, eu consigo nas redes sociais”, explica.
No entanto, de acordo com o investigador, comentários ingênuos podem levar a insinuações que não se comprovam durante o processo investigatório. “Tem muita gente carente e confusa usando a ferramenta. Porque são simpáticas demais, os companheiros desconfiam que possam estar sendo traídos quando, na verdade, os usuários nem se conhecem pessoalmente. Mas já descobri casos em que a traição virtual se confirmou”, conta Silveira.
É o caso da santa-cruzense Melissa*, que utilizava o Facebook para se comunicar com o namorado, morador de outra cidade. Um dia ela tentou entrar no perfil usando a data de aniversário dele como senha. “E deu certo. Ou nem tanto, pois lendo as mensagens que ele mandava para as outras meninas, descobri que era muito ‘cachorro’. Nos finais de semana que eu ia para a cidade onde ele morava, ele dizia para as outras que precisaria viajar a trabalho e não atenderia aos telefonemas”, conta.
Segundo Melissa, o rapaz dizia as mesmas coisas românticas para todas as pretendentes. “Em uma das conversas, quando uma menina perguntou por mim, ele disse que ‘o que os olhos não veem o coração não sente’”, revela. Mas, como geralmente os erros que cometemos e as situações nas quais nos envolvemos sem sucesso deixam alguma lição, Melissa brinca. “Depois de tudo isso, romance à distância eu não quero mais. E, de preferência, quero um namorado sem Facebook.”

0 comentários:

Postar um comentário